e tornou a falar mais algumas dezenas de vezes, mesmo sabendo que não é você quem ele quer.
Ele foi embora, disse adeus, não quis mais e você deve esquecê-lo, sabe disso, mas você não quer.
Ao invés de esquecer o cultua, se apega aos detalhes mais felizes e românticos que tiveram. A primeira dança, o primeiro beijo, a surpresa do fim de semana – aquele em que ele apareceu com um buquê de rosas e disse: “você é muito especial para mim.”.
Se apega as fotografias e vê como aquele sorriso dele é enigmático e traz uma pitadinha de safadeza – como um tempero que vicia e torna o uso obrigatório, toda semana, para a vida ter mais sabor…
Então você olha o celular vê a foto dele no perfil do aplicativo de mensagens instantâneas e pensa:
” – Ah, posso dizer que ele esqueceu o livro comigo e que eu posso ir deixar, posso dizer “oi” e vê se ele responde… “
Desiste; fecha o aplicativo, porque sabe que ele não vai responder.
E então você promete (muda a palavra para ver se dar certo, já que quebrou o juramento), promete decididamente a não falar mais com ele, a esperar ele falar e fica esperando e entoando o mantra “mais um dia sem falar com ele” e assim, dia após dia, você vai vivendo.
O que era o “insubstituível” vai ganhando a importância do seu bichinho de pelúcia favorito: Você lembra com carinho, mas não tem mais a menor ideia de onde esteja e nem faz mais questão de procurar.