28 de Fevereiro de 2017

Vai parecer meio deprê, mas só parece, na verdade não é. Fui ao cinema só, tentei ir, pois não consegui nem comprar o ingresso do filme (preciso consertar a impressora, comprar ingresso online é vida e a certeza de não mais furos).
Essa foi a segunda ou terceira vez e os olhares foram os mesmos, apesar das pessoas serem diferentes das que eu encontrei nas últimas vezes. As caras de piedade certamente mentalizaram “nossa, que dó não tem companhia.”, “é muito desespero mesmo vir só.”, “deve estar procurando alguém, não é possível.” E não, não estava procurando alguém, estava sozinha mesmo.
Me arrumei inteira (cachinhos, maquiagem, roupa quase nunca usada, perfumada…) para ir ao cinema e apesar de não me agradar ir só me forcei a fazê-lo. Queria muito ver o filme vencedor do Oscar “Moonlight: Sob a Luz do Luar”, mas não deu tempo. As filas para os ingressos tanto nas máquinas de atendimento eletrônico como as cabines de atendimento presencial estavam enoooooormes. Saí de uma delas e fui dar um breve passeio no shopping. 

Com as lojas fechadas a possibilidade de gastar dinheiro sem necessidade era quase zero. 
Me deparei com uma sorveteria e lá fui eu adoçar a vida. Comprei meu sorvete toda cheia de mim, sozinha, fazendo algo que só costumava fazer acompanhada. Me senti bem, fui imensamente feliz, de um tamanho maior do que a fila para comprar ingressos para o cinema. Nem tente imaginar o tamanho, não conseguirá.
Parei e gravei um vídeo para o instagram desse blogue e agora o revendo eu falei umas verdades ( pelo menos para mim são). 
A sociedade (ou seja nós mesmos) nos impõe algumas coisas que seguimos e muitas vezes também criticamos os outros por estarem ou não seguindo aquilo. Parei então agora para perceber como, especialmente as mulheres, sofrem com isso no dia a dia. 
Quando se está chegando aos 30 a sociedade (nós) cobra que já esteja tudo resolvido: afetividade, carreira, bens … E não é assim qualquer coisa resolvida é: casamento, filhos, salário de mais de 5 mil, casa, carro, casa de praia ou serra…
Muita loucura, não é? Mas é uma loucura que pega muitas; que faz pirar, aceitar qualquer um, desenvolver carência, revolta com a vida, com Deus, inveja, medo, dependência, depressão…
Eu? Passei pela crise dos 30 aos 28 e digo que isso não é de Deus. Se você não acredita em Deus, mas acredita em energia eu digo que não é uma energia positiva. Quem tiver com a guarda baixa cai e em estilo nocaute.
Se conselho servir se obrigue a fazer o que gostaria de fazer com companhia sozinha ou sozinho. Nós sempre seremos a nossa melhor companhia. Não nos deixaremos nunca, nem mesmo quando partirmos dessa vida. Como eu disse no vídeo nem sempre se é par e ser ímpar é muito bom. E de fato o é. 
Aprender tudo de si mesmo é ter noção do valor que se tem. E sabendo disso não se deixará de ser ímpar por qualquer alguém (até rimou).
Vou aproveitando para quando eu for par jamais esquecer que eu continuarei sempre ímpar, porém com uma interseção bem positiva 😉 
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