12 de Junho de 2015
Foi a melhor “paquera” da minha vida. Para traduzir foi uma “paquera” com a função “mute” da TV ativada. 
O único som que se ouvia era da mudança dos gestos ao vento, e dos lábios quando se separavam em um largo sorriso. Me senti analfabeta e era mesmo. 
Da linguagem de sinais domino as letras do meu nome e mal. Como então estabelecer um diálogo, como levar a diante a troca de olhares. 
Nunca pensei que o silêncio fosse tão carinhoso e tão companheiro. Me senti confortavelmente irritada por saber que ele conseguia ler as palavras que eu balbuciava e que eu não conseguia entender nada, nadinha mesmo do que ele me dizia, até que… 
Ele pegou um bloquinho, uma caneta e escreveu: ” No silêncio do meu mundo há bastante espaço para você fazer barulho e não vai me incomodar, sou surdo.” E se ele não tivesse escrito isso eu nem teria reparado… 
Enquanto escrevia o texto , busquei informações sobre a diferença entre surdo e mudo e encontrei esses dados no “blog acessibilidade”: 
“Aproximadamente 30% dos surdos brasileiros não sabe ler português. Os restantes 70% sabem ler português mas não têm entendimento claro desta língua. Existem alguns surdos que aprenderam a falar através das vibrações vocais e a entender o que falamos através da leitura labial. São chamados de oralizados.”
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