12 de Junho de 2015
Cheia de sacolas. Quem visse certamente teria a certeza que eu ia vender “muamba” em algum andar do prédio, mas não, não ia. Acordei atrasada, esqueci a carteira e até de arrumar os cabelos.
Estava olhando o celular, enviando umas mensagens, quando ele chegou.
Quando eu olhei para o lado direito, ele estava vindo em minha direção (iludida, ele também ia utilizar o elevador), com aqueles fones de ouvido ao redor do pescoço e carregando uma pasta, nem esportiva nem clássica, em mãos. Creio que ele estava indo para o trabalho e diga-se de passagem, lindo; cuidadosamente arrumado, mas nem tão engomadinho, parecia que ele caminhava em slow motion (usei esse termo para ser chique (rs), ele significa câmera lenta, tipo “devagar e sempre”), então ele parou. Eu fiquei de costas pra ele. Tamtom ( esse é o som que se assemelha ao barulho do elevador quando chega no térreo, ou era pra ser …), o elevador chegou do lado que ele estava esperando. Ele entrou. Eu entrei em seguida, olhei de relance para ele e certamente minhas bochechas coraram. Minha vontade era de “puxar” assunto, mas fiquei com vergonha e não sabia o que fazer, então fiquei olhando o celular, a tv do elevador, o 12º andar em vermelho, o 14º andar também em vermelho, mas nunquinha ele, não de novo, não sem ter aquela vontade de dizer:” oi, como é seu nome”, quando tinha que partir dele, né? Ô pensamento machista esse o meu .
12º andar. Minha hora de sair. Criei coragem, olhei pra ele e disse: “Tchau. Bom dia”. Ele respondeu: “Bom dia pra ti também.” . O suficiente pra passar o dia inteirinho suspirando…
Amanda Falcão
Lindooo texto! Muuuito sua cara! Já compro o primeiro livro, viu?!?!